terça-feira, 14 de outubro de 2014
E S T R E I A ( ZEQUINHA DE ABREU)
E impossível não
ficar ansiosa na véspera
de uma estreia, ainda
mais quando se
ficou um longo
tempo afastada.
Graças a confiança
do meu amigo
e par romantico em tantos
filmes CARLO MOSSY, vejo-me de
volta ao sete
de uma filmagem,
e me dou
conta que este
realmente e o
meu lugar.
Pergunto-me como consegui viver longe
das telas por tanto tempo!
E chego a conclusão que não
estava vivendo de
verdade , estava sim
encantada com as
coisas do dia a
dia de
uma dona de
casa , com marido
inteligente, gentil, carinhoso, e que
eu amo muito,
com um filho
lindo que me
encanta a cada
conquista, o nascimento
do meu primeiro
neto, lindo, de três
anos , o nascimento do
segundo , que nasceu
prematuro precisando de
muitos cuidado e
atenção, mas que
agora com cinco
meses esta forte
e saudável graças
a Deus, coisas
que pra mim fazem parte
de um novo
aprendizado, um turbilhão
de emoções.
Analisando tudo
isso, me dei
conta que tudo
tinha caído numa
rotina e eu
estava como que
presa nessa bolha
encantada, ai vem o MOSSY
e me convida
para encarnar a
DURVALINA mulher de
um grande compositor, que mesmo
tendo nascido numa
pequena cidade no
interior de São
Paulo , atravessou fronteiras
e se lançou no
mundo sendo hoje
o mais tocado (depois de Vila Lobos) no mundo inteiro. ZEQUINHA DE ABREU, compositor,
maestro, arranjador, e um brilhante interprete,
tocando quase todos os instrumentos, emfim um
gênio da musica
popular brasileira, pouco
valorizado em seu
pais.
Aceitei de imediato,
sem nenhuma duvida ,
mergulhei nesse trabalho
com todas as minhas
forças, confiante que
poderia interpretar novamente,
me entregar a uma nova
personagem com generosidade
e principalmente com toda
a minha energia a tanto
tempo canalizada para
outra coisa, não
que essa outra
vida seja menos
importante, afinal e
o meu porto
seguro, onde sempre serei
recebida pela minha
família maravilhosa que eu
amo tanto e
principalmente pelo meu
marido, meu companheiro
e cumplice de tantos anos
de braços abertos
cheios de amor
e carinho, a
quem posso contar
e confidenciar qualquer
coisa, e que
sempre me deu
a liberdade de
quebrar a cabeça
quantas vezes me
aventurar em uma
nova jornada errada, decepcionante que
estará sempre pronto
a fazer os
curativos e remendos
necessários para curar
as minhas feridas.
Mas para viver feliz eu
Rossana Ghessa preciso
dos dois,
Depois de todas
essa reflexões , desperto
chegando a Viracopos,
eu , LEONARDO ARENA (ZEQUINHA DE ABREU) E Vitoria Regia Matos mãe
de Leonardo que
nos acompanha, o
carro da prefeitura
de Santa Rita
do Passa Quatro
está a nossa
espera com o
simpático João no
volante vamos tomar
um café enquanto
esperamos a chegada
de KATHIA D’ANGELO e LUCIA
ALVES e ENOLY LARA que vieram em
outro voou.
Todos acomodados no
carro vamos rumo
a uma noite
de gala promovida
pela Prefeitura de
Santa Rita dentro
das festividades que
acontece todo ano, SEMANA
ZEQUINHA DE ABREU, este
ano a atração
principal dessa
grande festa e
o filme SÓ
PELO AMOR VALE A
VIDA.
No caminho a
percorrer 140 km, paramos
num simpático restaurante
a beira da
estrada de nome Graal, comida
maravilhosa um lugar
simpático limpo e
com um lindo
carro dos anos
50 enfeitando a
entrada, onde todos
nós tiramos fotos.
Finalmente chegamos
em Santa Rita onde
fomos recebidas pela
produtora Mirella Spadon ,
pessoa linda sempre
sorridente e espirituosa além
de muito eficiente,
ficamos sabendo que
a cidade estava
completamente lotada de
convidados para as
festividade, então fomos hospedadas
pela ED MOREUY , esposa do
ator MAURICIO MOREUY, que
veio filmar aqui
o primeiro faroeste
brasileiro ( da
terra nasce o ódio
) se apaixonou casou
e aqui morreu
junto de sua
amada.
Fazenda maravilhosa
que ED administra sozinha , fomos acomodadas
cada uma em
uma suíte confortável com uma vista linda,
as quatro reunidas
estouramos um espumante
que estava a
nossa espera, brindamos ao
sucesso do filme
e da vida, e
demos muitas gargalhadas, a noite
o carro veio
nos pegar para
nos levar para jantar no RESTAURANTE
IZAKAYA DINNING BAR
do simpático e generoso
MAKOTO NISHIOKA também
um colaborador para
que esta obra
pudesse ser realizada.
Sexta feira,
finalmente a noite
mais esperada por
toda a cidade,
todos prontos e apreensivos, a
grande prova de
fogo , o julgamento de
toda uma cidade e a maioria colaboradores, alguns
ate com dinheiro,
chegamos no imponente
cine teatro MARIO COVAS,
que já estava
lotado com as
autoridades todas presentes,
também a neta
de ZEQUINHA DE
ABREU , Sr. Leila de Abreu, um
amor, uma senhorinha
muito meiga, que
me lembrou a
minha personagem DURVALINA que
deve ter sido
assim, meiga, digna
e forte, exatamente
como a construí .
Inicio da
cerimonia , o CARLO
MOSSY diretor e
produtor se dirige
ao palco e
faz um discurso ,
chama o prefeito
para apresentar o
filme e dar
inicio a exibição,
silêncio absoluto na
plateia, com o
coração na boca
vejo desfilar diante
dos meus olhos
as imagens de
uma pessoa na
tela que não
se parece comigo,
olho como se
fosse outra criatura,
uma mulher madura,
que canta, fala,
mas não e
mais a atriz
Rossana Ghessa de que eu
me lembrava, esta
atriz que eu
vejo é consciente
do seu potencial
de interpretar uma
DURVALINA meiga, feliz,
apaixonada pelo ZEQUINHA
e despojada de
vaidade, a sua
beleza vem do
seu interior, do
amor imenso que
tem pelo marido e
filhos e da
sua generosidade, força
e abdicação na luta
do dia a dia,
para a felicidade
de todo, fico
feliz de ver
que dei conta
da minha tarefa
como interprete.
Termina a
exibição e para
minha surpresa o
publico se levanta
e por quase
dois minutos aplaude
e grita bravo,
me emociono ate
as lagrimas que
trato de secar
rapidamente antes que
alguém se de
conta do vexame ,
afinal são 61 filmes de
experiência e eu
estava me comportando
como uma estreante,
ganhamos presentes do
comercio local e
lindas flores, que
a DURVALINA pediu
licença para oferta-las
a minha a
neta , no momento
que ela recebeu
as flores disse
no meu ouvido
( você está linda vovó
) e ambas caímos
numa gostosa gargalhada.
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
F E S T I V A I S
Hoje vou dar uma
folga
as historias dos filmes
e falar um
pouco dos festivais
maravilhosos de que participei representando o Brasil
em vários lugares
do mundo.
Eu sei que
já falei de alguns, mas
como não pretendo
seguir uma ordem
de datas, vou começar pela
Semana do Cinema
Brasileiro em Napoli,
na Itália, minha
terra natal.
Quando fui convidada, ANA TERRA
estava no
auge de sua
carreira comercial, tinha
estreado em Porto Alegre com grandes filas, então claro que ele era um dos
filmes convidados, os
outros eram Lucíola
e Pureza Proibida, a
mostra tinha a
duração de uma
semana , e três dias
eram meus, nos
outros dias restantes,
passou um filme
de Gerson Tavares, diretor
muito talentoso , meu
amigo presente no
evento, também foram convidados os
sambistas da Escola
de Samba da Mangueira com
a presença marcante
do Jamelão.
Acabei sendo a
atração principal do
acontecimento, motivo pelo
qual fui muito assediada por
jornalistas , fotógrafos e
agentes , um deles
que queria me
contratar a qualquer
custo, chegou a
inventar uma historia absurda
“ queria que
eu confirmasse numa
entrevista coletiva que
eu tinha sido
a namorada do
filho do Onassis*
que tinha acabado
de morrer em
um acidente aéreo “
é claro que
a coisa era
tão bizarra que
fiquei chocada de
ver a que
ponto um agente
mente para promover
na mídia a
sua contratada, mas como
eu não tinha
assinado nada, quando
perguntada , respondi
que nem sequer
conhecia o pobre
morto, o tal
do agente decepcionado
me disse depois
que no mundo
das estrelas tinha
que se inventar historias
para chamar a
atenção da mídia
e mantê-la interessada o
maior tempo possível.
Foi quando entendi
que a maior
parte das coisas
que são publicadas
a respeito de
estrelas internacionais é
pura invenção.
Na abertura passou
Lucíola e depois
teve uma linda recepção com
a apresentação do
Jamelão e as
passistas da Mangueira
dançando samba com
aqueles biquínis lindos
coloridos, e as mulatas
lindas com corpos esculturais
que deixaram a
plateia completamente enlouquecida,
os napolitanos ficaram
loucos com a
voz poderosa do
Jamelão a batida
do samba e
o rebolado das
sambistas.
Eu estava hospedada
num hotel em
uma avenida a
beira mar, a
festa acabou tarde
e me deixaram
no hotel as três horas da
madrugada, estava cansada
e tratei de
me arrumar para
cair na cama,
quando de repente
no silencio da
noite uma voz
linda se ouvia
a distancia, mas
foi se aproximando
cada vez mais,
não resisti a
curiosidade e abri
a porta da
varanda , quando sai me
deparei com um
luar deslumbrante refletido
no mar, era
de uma beleza
incomparável, olhei para
a rua e lá estava
o cantor, sozinho
caminhando e cantando
a plenos pulmões , parecia cena
de filme, eu fiquei
emocionada até as
lagrimas, conheço a
musica que ele
cantava , e triste
porque fala de
amor e solidão,
nas noites seguintes
fique esperando o
cantor misterioso mas
não voltou mais.
Finalmente
chegou o dia
do encerramento, o mestre
de cerimonias começou
falando que o Brasil tinha
dado pra ele
a Florinda Bolkan
mas a Itália tinha
dado ao Brasil
a Rossana Ghessa,
e ai fui
chamada para subir
no palco, quando
me levantei comecei
a andar , a
minha caminhada até a
escada a orquestra
tocou o Hino
Brasileiro, e quando
comecei a subir
a escada começaram
a tocar o
Hino Italiano , eu
fiquei de tal
forma emocionada, que
as lagrimas que
tentava segurar em vão
, formavam uma
cortina de agua
diante dos meu
olhos, e quando
convidada a falar
não consegui mal e porcamente
emitir um som,
que aos meus
ouvidos pareceu um
(molte grazie)**. Fui
homenageada com o
Premio da Crítica
Cinematográfica, e o Premio da Imprensa Italiana,
voltai para o Brasil com
uma enorme taça
que por não caber
na mala tive
que trazer nos
braços, pagando o
maior mico.
Observações:
*Alexander S.
Onassis - filho do magnata grego Aristóteles
Sócrates Onassis e de sua primeira esposa, Athina "Tina" Livanos, irmão de Christina
Onassis, morreu em 1973 num acidente aéreo no aeroporto de Atenas, aos vinte e quatro anos.
** molte
grazie – muito obrigado em italiano
terça-feira, 26 de agosto de 2014
P A Y B O Y
P A Y B O Y
Quando fui convidada
pela revista playboy para
posar despida, fiquei na
duvida se devia
aceitar, não pela nudez
do ensaio, mesmo porque a
minha nudez já
tinha sido mostrada
em vários filmes, mas
porque meu filho
era pequeno, não demoraria
a estar frequentando o primeiro
ano e eu sei
que as crianças
costumam ser muito
cruéis.
Fernando de Barro,
diretor que me tinha dirigido em LUA DE MEL E AMENDOIM era
que iria dirigir
o ensaio, conversamos muito,
me garantiu que
não mostraria mais
do que já
tinha sido mostrado
nas telas dos
cinemas, que tinha
muitas formas de se
mostrar um belo
corpo nu, tanto
que quase todos
os pintores através dos
tempos sempre retrataram
e continuarão a
pintar lindas mulheres
nuas, porque um nu
e uma das
mais belas obras
de arte que
a natureza produziu
e a mão
do homem continua
a reproduzir ate
hoje, seja em telas,
em fotos ,
em cenas eróticas
no cinema, no teatro
e ate na
TV. A verdade
e que, quando
Deus resolveu criar
o homem e
a mulher ele
devia estar muito
inspirado.
Espero que as
minhas fotos possam
ser apreciadas como
obras de arte,
porque elas retratam
além de mim todo o
trabalho de uma
equipe que se
uniu para fazer
um trabalho maravilhoso ,
só me resta
agradecer a esses
profissionais que contribuíram
pra melhorar o que a
natureza me deu
e meu muito
obrigada em memoria
ao FERNANDO DE
BARROS.
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
MOMENTOS DE PRAZER E AGONIA - Argumentei que eu não queria nada que não estivesse no roteiro, ou ele estaria demitido.
Em outra ocasião,
ANTONY STEFFEM perturbou tanto o
diretor “ ADNOR PITANGA” que
quase o levou a loucura, a
historia era de
suspense, em que varias
alunas da professora
Lucia (minha personagem) apareciam
mortas inexplicavelmente, e a
policia estava tendo
dificuldades para esclarecer
os assassinato, visto
que era uma
cidadezinha interiorana e
pacata onde nada acontecia, a
única criatura estranha
na cidade era
o personagem dele,
mas por se
tratar do homem
mais rico da cidade
mesmo sendo excêntrico e esquisito
o mantinham fora de suspeita.
Mas sendo ele uma estrela internacional, certamente se achou
no direito de ditar as regras e então fazendo a cabeça do diretor tentava mudar
o roteiro ao seu favor, tinha uma cena noturna que a professora depois de
encontrar mais uma de suas alunas morta
em sua banheira, apavorada tenta
ligar para a policia mas não da tempo
porque percebe que o assassino ainda se
encontra em seu
quarto, reconhecendo o noivo, sai
correndo e consegue sair tendo que atravessar o jardim, num dado momento para
em baixo de uma arvore tentando se esconder, mas percebe que tem que continuar
a correr para salvar a própria vida.
Está seria a cena a ser rodada, mas ai o diretor vira pra
mim e diz: Rossana quando você parar em baixo da arvore um braço
inerte vai bater na tua cabeça e vai
escorrer sangue sujando o teu ombro e braço. Como assim?
Perguntei... - É que em cima da arvore tem mais um corpo de outra morta... - Mas isto não está no roteiro, e
não tem porque esta garota ter sido morta
pelo psicopata, se nem aluna da professora era, ele só mata as meninas de ciúmes da noiva.
A justificativa que ambos tentaram me convencer foi que no
filme (A ERA DO FOGO) tinha uma cena onde tinham corpos pendurados nas arvores
e dava um efeito legal. Para convencer o Adnor (diretor do filme), que não podia
fazer isso foi uma briga desgastante e cansativa. Argumentei que eu não queria
nada que não estivesse no roteiro, ou ele estaria demitido.
Em outra ocasião foi o maquiador que veio fazer queixa da “baronesa”...
- Mas quem é a baronesa? - É o Antony, respondeu o maquiador. - Eu acabo a
maquiagem e ele vai escondido no banheiro e passa lápis preto nos olhos e rímel,
fui chamar atenção e me deu uma tremenda de uma bronca, querendo me convencer
que eu estava enganado, que era tudo natural, vai comprometer a minha maquiagem
e ridicularizar o personagem.
Tive que fazer um verdadeiro trabalho diplomático para não
ofender a dignidade do ator e convence-lo a suavizar a maquiagem, pois
realmente estava exagerada fora de contexto.
Este relato é mais para tentar ilustrar que não adianta ser
estrela internacional ou nacional se não se respeita os colegas de profissão,
numa filmagem e necessário uma equipe, e esta equipe tem que trabalhar em
harmonia um respeitando o outro e se ajudando quando possível, e não sabotando
o outro, é muito cansativo atuar e produzir ao mesmo tempo, só com muito amor a
arte, isto sempre tive e tenho de sobra, e mais uma vez consegui terminar um
filme, que depois de pronto e como um filho que nasce.
Quero terminar este meu relato homenageando ANTONY STEFFEN
que apesar dos seus medos e esquisitices foi perfeito para o seu personagem, em
memoria o meu muito obrigada.
terça-feira, 22 de julho de 2014
DJANGO EM MOMENTOS DE PRAZER E AGONIA
O segundo filme
que produzi e
também protagonizei foi
momentos de “MOMENTOS DE PRAZER E AGONIA”, como
já disse em
postagens anteriores, não
havia investidores das Leis
de Audiovisual e
nem Lei Rouanet , só contávamos
com acordos feitos
com os exibidores
e a distribuidora. Funcionava
assim: o produtor
com o roteiro
pronto e elenco
comprometido, procurava primeiro
o exibidor, porque esse além de
ser o dono
dos cinemas, quase
sempre era também
o distribuidor, com
base na historia,
elenco e diretor, era
assinado o contrato
onde a distribuidora
junto com o
exibidor se comprometiam
com toda a parte
de comercialização, o produtor tinha
que rodar o filme
e entregar a
primeira cópia , mas
o distribuidor e
o exibidor davam
um adiantamento em
dinheiro para ser
descontado da renda
de bilheteria, com este
dinheiro se fazia o filme
se pagava todo mundo e
os filmes eram
sempre grandes sucessos
de bilheteria.
MOMENTOS DE PRAZER E AGONIA
- foi todo
rodado em Rio
Bonito, interior do
Estado do Rio,
num belo Hotel Fazenda, A historia
foi baseada num
conto de GUY DE
MAUPASSANT , "O Assassinato
da Pequena Rose", com criação livre e roteiro do Adnor
Pitanga, que também
dirigiu o filme. No elenco estavam eu, Marcos Wasberg,
Rinaldo Genes, Fatima Leite e
para ser
meu partner, meu diretor
de produção sugeriu
o ator italiano
Antony Steffém, com a
alegação que seria ótimo para
o filme ter
no elenco um
ator internacional, pois ele tinha
feito o Django
e não encareceria a
produção porque estava
no Brasil, louco
pra fazer alguma coisa,
então concordei.
Tudo pronto
partimos para a locação,
fomos numa caravana .Chegamos na
fazenda no inicio da
noite, onde os
proprietários em pessoa
nos aguardavam com
um delicioso jantar , um casal muito simpático, o lugar era
lindo, com uma
vegetação exuberante e
um rio que
passava bem embaixo
da varanda da
minha suíte com um
barulhinho delicioso, um
verdadeiro paraíso, pena
que não duraria
muito.
O primeiros dias
de filmagem transcorreram dentro
do normal, as
confusões começaram no
dia que tinha
uma cena a
cavalo, toda a
equipe e os
atores já estavam
no set de
filmagem, só faltava
o Antony, vi
que o motorista
vinha andando no
meio do campo
gesticulando , mas não
dava para ouvir
o que dizia,
quando finalmente chegou
perto e perguntamos
onde estava o
Antony, nos informou;
que estava na
porteira que dava
passagem para atravessar
o pasto e chegaria
ate onde estávamos,
perguntamos porque não
tinha vindo junto, o motorista morrendo
de rir, respondeu que ele
tinha medo de
vacas, e o
pasto estava cheio
delas por toda
parte.
Precisou que o
diretor de produção
fosse busca-lo ou ele
não viria para
o local de
filmagem, mas se
pensaram que o
pavor de animais
parou ai.... se enganaram,
logo depois tínhamos uma
cena em que o
casal saia romanticamente para
um passeio a
cavalo, mas não
teve Cristo que o
fizesse montar no
cavalo, tamanho era o
seu pavor que
não conseguia nem
chegar a uma
distancia que pudesse
ser considerada perigosa.
Sem saber o
que fazer , o
diretor o chamou
de lado, e com
muito jeitinho lhe
perguntou se poderia
fazer a cena
puxando o animal
pelas rédeas, mas
o nosso Django nada
tinha a ver
com o herói destemido
dos filmes de western
que fez durante
muito tempo , enganando um bocado de
gente, porque quem
fazia todas as
cenas perigosas era
um doublé.
Mas quem dera
esta tivesse sido
a única complicação
do nosso amigo. ..Em
uma outra cena ,
a pobre da
continuísta levou a
camisa certa da
cena, e grosseiramente e
com cara de
deboche respondeu que
o publico não
reparava nessas coisas,
a essas alturas
do campeonato eu
já estava bastante
irritada, e cansada
de ver que
de uma forma
ou de outra sorrateiramente, ele estava usando do seu
status de estrela
internacional, para com isso
fazer o que
ele queria, me levantei
e disse : "- Ou
o Steffem segue
as orientações da
continuísta, ou então é melhor darmos um
tempo e todos nos
fazermos um estagio
na mesma escola
de cinema que ele
cursou", acho que
se tocou porque
sem dizer uma
palavra trocou a
camisa e felizmente
pudemos cumprir o
cronograma do dia.
segunda-feira, 30 de junho de 2014
domingo, 29 de junho de 2014
sexta-feira, 20 de junho de 2014
NAS TERRAS DO XÁ...PUREZA PROIBIDA
Voltando a Teerã,
a delegação brasileira
foi hospedada no
Hotel Hilton, da sacada
do meu quarto
dava pra ver
uma montanha toda
coberta de neve, mas o estranho e
que não sentia
frio, isso se
devia ao clima
muito seco, era recomendado
beber muita agua , pendurei as
roupas e separei
a que iria
usar de noite
para o jantar,
estava toda amassada,
então chamei a
camareira para passar
a minha roupa,
Alguém bateu a
porta e era
a própria, dei-lhe o
vestido recomendando que
tomasse cuidado porque
o tecido era delicado
e poderia queimar,
ela me olhou
com uma carinha
sorridente inclinou-se como que
fazendo uma reverencia
e respondeu-me : Bale-bale, não entendi
e respondi, não
quero que baile
quero que passe
a minha roupa,
e ela insistia
no bale-bale......demorei para
entender que bale
queria dizer sim.
O jantar a que
me referi ainda
não era a
abertura oficial do
Festival, que seria
no dia seguinte,
com autoridades, sociedade, estudantes de
Universidades e etc.,
nessa época com o
Xá Reza Parlev Teerã era
uma cidade moderna
e prospera, com
uma vida cultural
bastante ativa, e uma juventude
universitária moderna e bem vestida
como qualquer grande cidade
do mundo.
No dia seguinte nos
levaram para o Palácio do
Festival , para que pudéssemos
arrumar a apresentação
dos filme, colocando
cartazes e fotos
dos mesmos em
exposição, logo que
entrei vi uma
parede toda branca,
bem apropriada para
que eu expusesse
o material de PUREZA
PROIBIDA, mas precisava
de ajuda, então
vi o Sr. ZIGMUD
SULISTROSK, que se ofereceu de
imediato a sua
ajuda, mas sendo
a parede muito alta
era preciso uma
escada para que a
estética da exposição
não ficasse comprometida,
como ele era
gordo achei arriscado
deixar que subisse
na escada, decidi eu
mesma subir .
Eu estava me preparando
para colar na
parede o cartaz
de PUREZA PROIBIDA ,
mas a escada
não era cumprida
o bastante para
atingir o lugar
exato que eu
pretendia. Estava eu toda
esticada , na ponta
dos pés quando
ouvi uma voz:
“ You need help?” , olhei para
baixo e tinha
um belo rapaz
elegantemente vestido olhando
a minha bunda
e pernas e
me oferecendo ajuda, ( não sei se
foi por entender
que eu corria
o risco de cair
da escada, ou
pela visão que
ele tinha embaixo
da escada?) em
todo caso já
que alguém se
oferecia pra me
ajudar ... Decidi que
era melhor aceitar,
além do mais
ele era bem
mais forte e
alto do que
eu.
Cartaz e fotos
no lugar! Apreciamos
o trabalho concluído
juntos eu agradeci
e naturalmente ele se apresentou: Mtr. Jhon Regabí, o
Sulistrovsk que não
se afastou um
só minuto, foi a
minha salvação, sim... o meu
inglês e sofrível
acho mesmo que
ninguém entende de tão
ruím e claro
que meu amigo
Zigmud teve que
servir de tradutor,
eu já estava
virando de costas para
me afastar mas
me chamaram de
volta, o Mtr. Jhon , acabava de
nos convidar para
almoçar fora do
palácio do festival,
sugerindo nos mostrar
um pouco da
cidade, que alias
achei encantadora, moderna,
limpíssima sem mendigos
na rua , moças
jovens bonitas com
roupas modernas não
fazendo nenhuma diferença
com as outras capitais
do mundo que eu
conhecia, claro que
avia também aquelas
tradicionais com suas
burkas, mas principalmente uma
juventude de universitários alegres
e participativos .
O resto dos
dias que passei
em Teerã o Sr.
Regabí não me
largou mais se
oferecendo pra me
levar em seu
mercedes para todos
os lugares e
compromissos que eu
tinha que comparecer, passou praticamente
a me servir
de chofer, disse-me
o Sigmund que
ele era o
maior dono de
cinemas e distribuidor
de filmes do
Iram, mas cinceramente
isso pra mim
nunca fez qualquer
diferença, o que
sempre apreciei numa
pessoa e valorizo
sempre e a
lisura de caráter,
o resto e
só dinheiro, não
e e jamais
será garantia de
felicidade,....mas
filosofias a parte,
afora tudo ele
era uma pessoa
agradável e delicado
além de uma
companhia alegre e
divertido, embora a
nossa comunicação complicada nos entendíamos.
O Xá dava
duas recepções no
palácio para poder
dividir os convidados
e assim ficar
mais tranquilo, eu
fui a única
da delegação brasileira
a ser convidada
as duas vezes,
acredito que ainda
por conta de
Luciula que tinham
visto no ano
anterior. Numa das vezes
estava presente também
o nosso ministro
das finanças Mario
Henrique Simonsen, que
quando me foi
apresentado já estava
pra lá de
Bagdá.
O Xá e
sua Farah Diba
que alias era
linda receberam com
muito luxo e
elegância as bandejas
eram de ouro
cravejadas de pedras
preciosas , era inacreditável , parecia
coisa das mil
e uma noite.
Na Ìndia no
palácio da Indira
Ghandi também o
luxo foi igual a
única diferença e
que na Índia
se podia ver
a pobreza, aqui
não.
quarta-feira, 28 de maio de 2014
PUREZA PROIBIDA – Histórias reais de uma filmagem – parte 1
PUREZA PROIBIDA foi p primeiro filme
que eu produzi
e interpretei, havia
recém criado a
minha produtora ( ROSSANA GHESSA
PROCUÇÕES CINEMATOGRAFICA LTDA) me
lembro da primeira
reunião com o
meu sócio Carlos
Fonseca um profissional
da mais alta
qualidade, sabia tudo
de cinema.
Tinha recebido vários
roteiros, feito uma
primeira seleção e me
chamou a atenção um
nome “ Á BRANCA E O
NEGRO “ comecei a ler e
não consegui parar,
era uma historia de amor
entre uma noviça
e um pescador negro
do candomblé, chamamos
a dona do
argumento MONAH DELACY
e pedimos que
preparasse o roteiro.
Roteiro pronto, hora
de contratar o diretor,
o primeiro nome que
me surgiu foi o
de NELSON PEREIRA
DOS SANTOS, telefonei
pra ele contei
a historia resumida
no telefone, e ele me disse:
Rossana você pode
dirigir, filma assim
como acaba de me
contar que eu
assino, claro que
era uma brincadeira,
na verdade ele
estava ocupado com
outro projeto e
não poderia aceitar
o meu convite,
foi ai que
o Carlos Fonseca
sugeriu o ALFREDO STARNHEIN.
Contratado o diretor
mais o diretor
de fotografia RUI
SANTOS , partimos para
Cabo Frio para escolher
as locações, acabamos alugando
duas casas em
Arraial do Cabo
onde ficou sendo
a nossa base
de produção, decidimos
que em uma
casa ficariam as
mulheres e na
outra os homens,
para maior conforto
da equipe as
refeições seriam feitas
nessa casa onde
seria montada toda
a logística necessária
para que as
filmagens transcorre-se
tranquilidade .
Iniciamos as filmagens
e tudo estava
transcorrendo na maior
tranquilidade, não fosse a
falta de profissionalismo de
alguns elementos, no contrato
de trabalho por
tempo determinado que
todos assinam, tem
uma clausula que
diz “ é determinantemente
proibido consumir bebida
alcoólica durante as
filmagens” mas tem pessoas que
tem dificuldade em
cumprir acordos de qualquer
natureza.
Um belo dia estávamos
filmando na praia,
debaixo de um
sol escaldante, com
um calor infernal , e
num intervalo para ajustar
a câmera notei que
uma determinada pessoa
toda hora desaparecia
no meio das
moitas demorava um
pouquinho ate que
o Zozimo Bulbu ( o ator
que fazia o pescador) fosse
também e dai
a pouco voltavam
os dois com
a cara mais
feliz da paroquia
e isto acontecia
varias vezes por
dia, até que
movida pela curiosidade
os segui e
qual não foi
a minha surpresa!
Peguei os dois
no flagra bebendo
conhaque, ele escondiam a
garrafa na moita
para que eu
não percebesse , passei
uma descompostura em
ambos, que claro
gerou o maior mal
estar, principalmente porque o ZOZIMO
com raiva do meu esporro incitou
a equipe da pesada contra
mim, mas eu
não podia me
deixar dominar, então
durante o jantar,
quando estava todo
mundo reunido em volta
da mesa , eu
subi no meio
da comida para fazer
o discurso mais curto de que se tem noticia, resumido ao
seguinte:
“-Todos que estão
aqui assinaram um
contrato, que leram
e concordaram, se alguém aqui
presente se arrependeu
e quer desistir que
faça agora, não vou
negar que preciso
de vocês mas
a reciproca e
verdadeira vocês também
precisam do trabalho
aqui ninguém esta
fazendo favor pra
ninguém “.
Conclusão: Todos
ficaram a meu
favor, só o ZOZIMO
que ficou com
cara de bobo.
domingo, 18 de maio de 2014
FANTASIAS SEXUAIS
Continuando a falar dos
diretores, e do quanto cada
um dele contribuiu
para o meu crescimento
profissional . O diretor de “ FANTASIAS
SEXUAIS” JUAN BAJON
além de dirigir o filme, também escreveu
a historia ( na época
era comum o diretor
escrever e dirigir) com um elenco
como sempre repleto de
estrelas, ROSSANA GHESSA ARTHUR JOSÉ
LUCAS, ANA MARIA
KREISLER , e um batalhão de gente
talentosa que você não vê
todos os dias
na TV, instigava mais
a curiosidade do
público.
A produção
alugou uma belíssima
casa num bairro
chique de São
Paulo que era o
nosso cenário diário,
a personagem que
eu interpretava era
um louca que seduzia
os homes , os
mantinha prisioneiros, com todas
as mordomias, fazendo
sexo sem parar, e
usando varias fantasias,
uma mais louca
que a outra,
e o pobre
do coitado nem
desconfiava que quando
ela esgotasse o desejo e
as fantasias com
ele, ela o
mataria.
Uma dessas fantasias era
a madame Butterfly,
com direito a musica
e tudo mais, a produção contratou
no consulado Japonês,
o departamento de cultura, para
que viessem e trouxessem uma
roupa de gueixa para
me vestir a
caráter.
Foi uma experiência fantástica que jamais esquecerei,
outra cena igualmente
sensacional, foi a cena
que eu cubro
de mel o
ator, foi demais, divertido, com
um pote cheio
de mel e um pincel
eu cubro ele
todinho de mel,
ele pensa que é
pra gente fazer
amor mas na verdade
e para mata-lo.
Este filme tinha
muitas cenas de
nudez, e tinha sempre
que pedir para
um monte de
curioso que se
retirasse, isto era
sempre constrangedor, mas o JUAN
BAJON , me ajudou a não me
sentir culpada, eu
estava trabalhando, quem
quisesse ver a
minha nudez que fosse
ao cinema, pagando
entrada.
Passei a não mais
me sentir na
obrigação de agradar
Gregos e Troianos,
a minha responsabilidade era
tão somente fazer
o meu trabalho
da melhor maneira
possível, com responsabilidade e
profissionalismo, e o que continuo a
fazer ate hoje.
quinta-feira, 24 de abril de 2014
LUA DE MEL E AMENDOIM
Voltando a falar dos diretores maravilhosos com quem
tive a sorte de trabalhar, não posso esquecer do
FERNANDO DE BARROS, que dirigiu
“LUA DE MEL E AMENDOIN” produzido pela Cinedistri e a Cincro filmes em dois
episódios, um era ROSSANA GHESSA
E NEWTON PRADO
e mais um elenco maravilhoso,
como OTELO ZELONI
e a maravilhosa CONSUELO
LEANDRO, que interpretava
minha mãe, o meu guarda-roupa foi todo
confeccionado especialmente para mim pelo CLODOVIL,
era um
luxo , um filme cheio de glamour, a começar
pelo elenco de estrelas.
O outro episodio era com
o CARLO MOSSY E RENATA SORRAH, também tinha o JOSÉ LEWGOY , DARLENE GLORIA e mais
um monte de atores
famosos .
FERNANDO DE BARROS
era um diretor refinado, fazia a linha
sofisticada, educadíssimo, entendia profundamente de
moda, esse toque de
cultura e bom gosto
se sente logo que o filme começa, pois não eram
só as roupas do Clodovil que
se notava, mas também os ambientes escolhidos
eram lindos.
Como homem refinado
que era o
Fernando estava sempre
atento a todos os detalhes ,
e também se
preocupava com os atores, mesmo quando
não estávamos em cena, isso me
proporcionou mais um
aprendizado na minha
carreira, foi mais
um diretor que
me deu dicas
de interpretação, de
posicionamento diante das
câmeras, e até
na sua paixão
por mim, se comportou com extrema elegância,
quando percebeu que
eu estava apaixonada
por outro.
Como eu estava apaixonada
e havia brigado com o meu
namorado, no primeiro
fim de semana
de folga, eu peguei um avião
e fui para Porto Alegre ,
á procura do meu amor, e quando nos encontramos finalmente,
viajamos para Canela
e foram os três dias
mais intensos de amor,
que tenho certeza que ambos jamais
esqueceremos, ate a musica de
fundo tinha tudo a ver com o contexto dos acontecimento.
Era uma musica
cantada pelo ROBERTO
CARLOS que eu só me
lembro do estribilho que dizia
assim “ EU TE AMO MEU
AMOR EU TE AMO” na
época era o grande sucesso
das paradas, eu e
meu amor passamos
os três dias
de amor mais
apaixonados do mundo, para quem o filme 9 semanas e meia de amor perde
feio.
Na segunda feira,
hora de voltar
a realidade, regressei
para São Paulo
com a cara mas inocente, como
se nada tivesse
acontecido, mas foi
onde aprendi outra
lição, o Osvaldo
Massaine , produtor, dono
da Cinedistri e também
da casa onde
estava hospedada, com gentileza
mas a firmeza de
um pai que da
uma lição, me mostrou
o quanto fui
irresponsável e egoísta,
deixando todo mundo
preocupado.
Só me restou
pedir desculpas envergonhada
da minha própria
estupidez e prometi
a mim mesma
que jamais voltaria
a cometer qualquer
coisa que prejudicasse
a minha carreira,
afinal havia brigado
muito para conquista-la.
Recorde-se
sempre dos 3 “R” - respeito
por si mesma
/ respeito pelos
outros e responsabilidade pelos
seus atos.
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