A PANTERA
NUA
Hoje
refletindo sobre as festas natalinas me veio a memoria as filmagens de A
PANTERA NUA, onde interpretava uma modelo que era também uma alpinista social e
aprontava as maiores confusões tentando dar o golpe do baú.
O filme era
uma co-produção com o Paraguai, e fazia parte do contrato rodar parte do filme
em Asunción, escolhemos rodar as cenas do desfile na piscina do Hotel, mas
antes revolvemos fazer a cena que simbolizava a liberdade da personagem, que
era o seguinte, a personagem vinha numa cavalgada louca, alegre e brincando, (detalhe fazia um calor de
50 graus, parecia que tinham aberto a boca do inferno).
O assistente
trousse o cavalo que eu ia montar, (que era uma égua e estava tremendamente
irritada por causa do calor), eu sempre fui boa Amazonas, mas confesso que não
estava preparada para o que aconteceu, montei a minha posição esperando o comando do diretor,
que daria o AÇÃO acenando um lenço
branco, para que eu pudesse ver pois estava distante uns 500metros , quando ele
acenasse eu partia em disparada na direção da câmera, lenço acenando e lá fui
eu em disparada, mas ....surpresa, a
égua começou a corcovear no ar igual a cavalo de rodeio, depois do impacto do
susto, tentando retomar o controle da situação, puxei as rédeas para parar, mas
a égua era de salto e entendeu que era pra saltar, desprevenida, consegui me
segurar quando levantou as patas da frente, mas quando desceu no impulso eu
voei por cima da cabeça do cavalo e aterrissei de mergulho, a primeira reação é
proteger o rosto e bati no chão, com as mãos primeiro, a sorte é que o terreno
além de gramado era arenoso, o que amorteceu a queda, bom nem preciso dizer que
além de machucada estava toda tremula, mas tínhamos que repetir a cena, montei e
tomei a mesma distancia, o diretor abanou o lencinho e eu disparei, desta vez a
cretina da égua além de corcovear investiu diretamente pra cima da equipe, eu
tentava parar mas quando fui puxar as rédeas não tive força nas mãos, tinha
machucado as falanges, a única coisa que consegui fazer foi desviar, a égua estava enlouquecida tentando se livrar
de mim, investiu contra os troncos das arvores, passou entre outra duas bem
juntas, aguentei firme falando pra ela, tentando acalma-la e a duras penas
consegui voltar para junto da equipe.
O diretor me
disse: “ - Vamos ter que repetir, ok!” Tudo
de novo...mas dessa vez a coisa quase vira um acidente sério, a pobre da égua estava muito nervosa, e desta
vez além de corcovear, pular feito um cabrito, quando chegou perto da equipe eu
cai e fiquei com o pé preso no estribo e fui arrastada ate que o tratador nos
alcançasse e a segurasse, fui socorrida e cuidada com todo carinho pela minha
camareira, passei a noite delirando com 39 graus de febre, mas no dia seguinte
eu tinha uma cena de desfile com salto dez e meu tornozelo estava todo inchado,
acontece que era dia 19 de Dezembro, era a ultima cena para podermos voar pra
casa e passar o Natal com a família, e eu em particular com o meu bebe que
tinha apenas 4 anos.
Logo de
manha o medico veio me ver e disse que teríamos que adiar a cena por uns três
dias, fiquei desesperada, íamos perder as reservas do avião e seria impossível
consegui outros lugares antes do Natal, tive que tomar uma atitude drástica,
chamei o medico e perguntei se podia me dar uma injeção de xilocaína, a dor
passaria e eu poderia desfilar sem fazer cara de dor, e assim poderíamos todos
ir para casa, claro que não foi fácil convencer o medico, mas finalmente ele
concordou, fiz um lindo desfile
terminamos as filmagens e todos pudemos voltar a tempo de passar o Natal com as
respectivas famílias.
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