domingo, 29 de setembro de 2013

PERLIASE E O KING KONG


Depois de uns dias sem poder escrever por causa de um pequeno problema no olho direito, finalmente volto a narrar minha trajetória.
Continuo a falar desse Diretor generoso que foi o ALBERTO PIERALISE, fiz dois filmes com ele, já falei do segundo “UM MARIDO SEM... E COMO UM JARDIM SEM FLORES”, mas o primeiro foi MEMORIAS DE UM GIGOLÓ com  um  elenco   maravilhoso , trabalhei ao lado de  JECÉ VALADÃO,  CLAUDIO CAVALCANTE , NEUSA AMARAL e outros. O filme é uma comedia super engraçada, tive que voltar da Índia correndo para iniciar as filmagens, a produção era da MAGNUS FIMES que pertencia ao Jecé, e nessa época não havia captação de recursos, a produtora tinha que fazer parcerias com a distribuidora e exibidora ( que quase sempre era a mesma) para garantir a estreia do filme, quando pronto,  não tinha dinheiro para cenários ou estúdio, então as locações eram quase sempre em casas alugadas ou emprestadas por amigos ou amantes do cinema, e aconteceu que uma das locações foi na casa  do José Albuquerque, na época meu noivo, ele era engenheiro industrial, dono de uma construtora.
Lembro-me do dia, que tínhamos parado para almoçar, e quando voltamos um pião de obra com dois metros de altura e tries de largura invadiu o set  completamente bêbado querendo falar com o José,  toda a equipe já tinha argumentado  tentando manda-lo embora mas  não tinha argumento que o convencesse.
Eu fui ficando irritada, meu sangue italiano falou mais alto, me levantei. Parei na frente do kink kong, com meu dedo em riste e falei!  Você não esta vendo que esta atrapalhando o nosso trabalho? Saia já daqui seu boçal... Ele me olhou e foi ficando roxo de raiva, enquanto eu continuava com meu discurso de indignação, por um momento pensei que fosse me agredir, foi bem na hora que o José e o Jece Valadão  chegaram, o Jece se colocou entre nos, levando ele para fora do apartamento, quando voltaram o Jece me disse:
-Garota! Se aquele cara de da um tapa não haveria plástica que consertasse a tua cara.
Eu sempre tive esse lado de valentia, ate ladrão com revolver na minha cara eu enfrentei. Em Ana Terra montei cavalo que nem gaúcho montou, dirigi lancha em alta velocidade sem saber nadar, acredito que isso é própria da juventude que se acredita Imortal, comecei a controlar esse meu traço depois que o meu filho nasceu, passei a contar ate dez antes de me meter a valente, ou melhor, ainda tenho os meus momentos que tenho que ser valente, mas diante de fatos reais que a vida nos coloca e não tem outra forma a não ser enfrentar com a cabeça erguida e seguir em frente.

O PREÇO DA OMISSÃO É MAIS BARATO DO QUE DA AÇÃO, MAS SUAS CONSEQUENCIAS SERAO MAIORES. 

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