Depois de
uns dias sem poder escrever por causa de um pequeno problema no olho direito,
finalmente volto a narrar minha trajetória.
Continuo a
falar desse Diretor generoso que foi o ALBERTO PIERALISE, fiz dois filmes com
ele, já falei do segundo “UM MARIDO SEM... E COMO UM JARDIM SEM FLORES”, mas o
primeiro foi MEMORIAS DE UM GIGOLÓ com um elenco maravilhoso , trabalhei ao lado de JECÉ VALADÃO,
CLAUDIO CAVALCANTE , NEUSA AMARAL e outros. O filme é uma comedia super
engraçada, tive que voltar da Índia correndo para iniciar as filmagens, a
produção era da MAGNUS FIMES que pertencia ao Jecé, e nessa época não havia
captação de recursos, a produtora tinha que fazer parcerias com a distribuidora
e exibidora ( que quase sempre era a mesma) para garantir a estreia do filme,
quando pronto, não tinha dinheiro para
cenários ou estúdio, então as locações eram quase sempre em casas alugadas ou
emprestadas por amigos ou amantes do cinema, e aconteceu que uma das locações
foi na casa do José Albuquerque, na
época meu noivo, ele era engenheiro industrial, dono de uma construtora.
Lembro-me do
dia, que tínhamos parado para almoçar, e quando voltamos um pião de obra com
dois metros de altura e tries de largura invadiu o set completamente bêbado querendo falar com o
José, toda a equipe já tinha
argumentado tentando manda-lo embora
mas não tinha argumento que o convencesse.
Eu fui
ficando irritada, meu sangue italiano falou mais alto, me levantei. Parei na
frente do kink kong, com meu dedo em riste e falei! Você não esta vendo que esta atrapalhando o
nosso trabalho? Saia já daqui seu boçal... Ele me olhou e foi ficando roxo de
raiva, enquanto eu continuava com meu discurso de indignação, por um momento
pensei que fosse me agredir, foi bem na hora que o José e o Jece Valadão chegaram, o Jece se colocou entre nos,
levando ele para fora do apartamento, quando voltaram o Jece me disse:
-Garota! Se
aquele cara de da um tapa não haveria plástica que consertasse a tua cara.
Eu sempre
tive esse lado de valentia, ate ladrão com revolver na minha cara eu enfrentei.
Em Ana Terra montei cavalo que nem gaúcho montou, dirigi lancha em alta
velocidade sem saber nadar, acredito que isso é própria da juventude que se
acredita Imortal, comecei a controlar esse meu traço depois que o meu filho
nasceu, passei a contar ate dez antes de me meter a valente, ou melhor, ainda
tenho os meus momentos que tenho que ser valente, mas diante de fatos reais que
a vida nos coloca e não tem outra forma a não ser enfrentar com a cabeça
erguida e seguir em frente.
O PREÇO DA
OMISSÃO É MAIS BARATO DO QUE DA AÇÃO, MAS SUAS CONSEQUENCIAS SERAO MAIORES.
Nenhum comentário:
Postar um comentário