terça-feira, 22 de julho de 2014

CARTAZ DO FILME MOMENTOS DE PRAZER E AGONIA (Rinaldo Genes e Elena Andreia)


ANTONY STEFFEN E ROSSANA GHESSA


ROSSANA EM MOMENTOS DE PRAZER E AGONIA


RINALDO GENES EM MOMENTOS DE PRAZER E AGONIA


ROSSANA GHESSA NO FILME MOMENTOS DE PRAZER E AGONIA


DJANGO EM MOMENTOS DE PRAZER E AGONIA


O  segundo  filme  que  produzi  e  também  protagonizei  foi  momentos  de  “MOMENTOS DE PRAZER E AGONIA”,  como   já   disse  em   postagens   anteriores,  não  havia  investidores  das Leis  de  Audiovisual  e  nem  Lei Rouanet ,  só contávamos  com   acordos  feitos  com  os  exibidores  e  a  distribuidora.  Funcionava  assim:  o  produtor  com  o  roteiro  pronto  e  elenco  comprometido,  procurava  primeiro  o  exibidor, porque esse  além de  ser  o  dono  dos  cinemas,  quase  sempre  era  também  o  distribuidor,  com  base  na  historia,  elenco  e  diretor, era  assinado  o  contrato  onde  a  distribuidora  junto  com  o  exibidor  se  comprometiam  com toda  a  parte  de  comercialização,  o  produtor  tinha  que  rodar  o filme  e  entregar  a  primeira  cópia ,  mas  o  distribuidor  e  o  exibidor  davam  um  adiantamento  em  dinheiro  para  ser  descontado  da  renda  de  bilheteria,  com este  dinheiro  se fazia  o filme  se  pagava  todo  mundo e  os  filmes  eram  sempre  grandes  sucessos  de  bilheteria.

MOMENTOS DE PRAZER E AGONIA  -  foi  todo  rodado  em  Rio  Bonito,  interior  do  Estado  do  Rio,  num  belo  Hotel  Fazenda, A historia  foi  baseada  num  conto  de  GUY  DE MAUPASSANT , "O Assassinato  da Pequena  Rose", com criação livre e roteiro  do  Adnor  Pitanga,  que  também  dirigiu o filme. No  elenco  estavam eu,  Marcos  Wasberg,  Rinaldo  Genes, Fatima Leite e para  ser  meu  partner,  meu  diretor  de  produção  sugeriu  o  ator  italiano  Antony  Steffém,  com a  alegação  que  seria  ótimo  para  o  filme  ter  no  elenco  um  ator  internacional, pois ele  tinha  feito  o  Django  e  não encareceria  a  produção  porque  estava  no  Brasil,  louco  pra  fazer  alguma  coisa,  então  concordei.

Tudo pronto  partimos  para a  locação,  fomos  numa  caravana .Chegamos  na  fazenda no  inicio  da  noite,  onde  os  proprietários  em  pessoa  nos  aguardavam    com  um  delicioso  jantar , um casal  muito simpático, o lugar  era  lindo,  com  uma  vegetação  exuberante  e  um  rio  que  passava  bem  embaixo  da  varanda  da  minha  suíte  com um  barulhinho  delicioso,  um  verdadeiro  paraíso,  pena   que  não  duraria  muito.

O  primeiros  dias  de   filmagem   transcorreram  dentro  do  normal,  as  confusões  começaram  no  dia  que  tinha  uma  cena  a  cavalo,  toda  a  equipe  e  os  atores  já  estavam  no  set  de  filmagem,  só  faltava  o  Antony,   vi  que  o  motorista   vinha  andando  no  meio  do  campo  gesticulando ,  mas  não  dava  para  ouvir  o  que  dizia,  quando  finalmente  chegou  perto  e  perguntamos   onde  estava  o  Antony,  nos  informou;  que  estava    na  porteira   que  dava  passagem   para  atravessar  o  pasto  e chegaria  ate  onde  estávamos,  perguntamos  porque  não  tinha  vindo  junto, o motorista   morrendo  de rir, respondeu  que  ele  tinha  medo  de  vacas,   e  o  pasto  estava  cheio  delas  por  toda  parte.

Precisou   que   o   diretor  de  produção  fosse  busca-lo  ou ele  não  viria  para  o  local  de  filmagem,  mas  se  pensaram  que  o  pavor  de  animais  parou  ai.... se   enganaram,  logo depois  tínhamos  uma  cena  em  que  o casal  saia  romanticamente  para  um  passeio  a  cavalo,  mas  não  teve  Cristo   que  o  fizesse  montar  no  cavalo,  tamanho era  o  seu  pavor  que  não  conseguia  nem  chegar  a  uma  distancia  que  pudesse   ser  considerada  perigosa.

Sem  saber  o  que  fazer ,  o  diretor  o  chamou  de  lado, e  com  muito  jeitinho  lhe  perguntou  se  poderia  fazer  a  cena  puxando  o  animal  pelas  rédeas,  mas  o  nosso  Django nada  tinha  a  ver  com  o  herói  destemido  dos  filmes  de western  que  fez  durante  muito  tempo , enganando   um  bocado  de  gente,  porque  quem  fazia  todas  as  cenas  perigosas  era  um  doublé.

Mas quem  dera esta  tivesse  sido   a  única  complicação  do  nosso  amigo. ..Em  uma  outra  cena ,  a  pobre  da  continuísta  levou   a  camisa  certa  da  cena, e  grosseiramente  e  com  cara  de  deboche respondeu  que  o  publico  não  reparava  nessas  coisas,  a  essas  alturas  do  campeonato  eu  já  estava  bastante  irritada,  e  cansada  de  ver  que  de  uma  forma  ou de  outra   sorrateiramente, ele estava usando  do  seu status  de  estrela  internacional,  para  com isso  fazer  o  que  ele  queria, me  levantei  e  disse :   "- Ou  o  Steffem  segue  as  orientações  da  continuísta, ou  então  é  melhor   darmos  um  tempo e  todos  nos  fazermos  um  estagio   na  mesma  escola  de  cinema  que ele  cursou",  acho  que  se  tocou  porque  sem  dizer  uma  palavra  trocou  a  camisa  e  felizmente  pudemos  cumprir  o  cronograma  do  dia.