sábado, 27 de abril de 2013

TEXTO 6 - DIRETORES MARAVILHOSOS – ADÁGIO AO SOL



XAVIER DE OLIVEIRA, - Eu já tinha filmado com ele o Vampiro de Copacabana, sempre disse que admirava meu trabalho de atriz, então escreveu para mim ADAGÍO AO SOL; filme de época que se passa em 1932, uma historia de amor que tem como pano de fundo a Revolução Constitucionalista, diretor maravilhoso, somos grandes amigos.

Tendo estrelado 58 filmes ate hoje, tive a sorte de trabalhar com grandes diretores, a maioria, (que estão vivos) são meus amigos,

alias todas as pessoas com quem trabalhei, foram sempre generosas em compartilhar seus conhecimentos, tanto os diretores e os atores com quem fiz par romântico, a não ser uma paixonite ou outra, nada que não pudesse contornar, nunca aconteceu nada, e jamais tive romance com quem quer que fosse, pra mim trabalho sempre foi sagrado, não da pra confundir personagem com vida real.

O único episodio desagradável aconteceu com Jece Valadão, mas no final nos tornamos grandes amigo.


TEXTO 5 - DIRETORES MARAVILHOSOS - ANA TERRA


DURVAL GARCIA: tudo que possa dizer a respeito dele ainda será pouco, grande apaixonado pela Sétima Arte, estudou cinema nos Estados Unidos, dirigiu ANA TERRA, personagem forte da trilogia do Erico Verissimo em O Tempo e o Vento.


Durval: homem sensível, inteligente, e muito seguro daquilo que queria como: cenário, locações, figurino e tudo mais que se referisse ao trabalho, principalmente no que se referia aos atores. Sua orientação firme na construção de cada personagem, sempre disposto a explicar e a ouvir argumentos, aberto a sugestões,.


ANA TERRA também representou o Brasil no festival de Cannes, e mais uma vez tive o prazer de concorrer a palma de ouro.


TEXTO 4 - DIRETORES MARAVILHOSOS - PUREZA PROIBIDA


ALFREDO STARNHEIN, diretor sensível primeiro filme que trabalhamos juntos, eu além de atriz, também era produtora,

era o 1 filme produzido pela minha empresa (Rossana Ghessa produções cinematográficas Ltda.) PUREZA PROIBIDA, uma historia de amor entre um negro, pescador e do candomblé, com uma noviça, assunto que ele abordou com delicadeza de modo que o amor entre os personagem superasse qualquer preconceito de cor ou religião, é complicado interpretar e produzir ao mesmo tempo, ter que lidar no dia a dia com os egos de varias pessoas requer muita diplomacia, sorte que sempre pude contar com vários colaboradores valiosos, como o próprio Alfredo e o diretor de fotografia Rui Santos, um génio na sua arte e um outro pai que tive.


TEXTO 3 – DIRETORES MARAVILHOSOS E O TAPETE VERMELHO

Em quase todas as filmagens acontecem histórias, às vezes curiosas, engraçadas, outras, dolorosas e outras ainda, trágicas ou perigosas. Mas, se fosse abrir um “parêntese” para cada episódio, precisaria escrever vários livros.


Mas não posso falar da minha carreira de atriz sem me referir aos diretores maravilhosos com quem já trabalhei e também os que ainda não trabalhei, mas de uma maneira ou outra tiveram a sua contribuição para o meu crescimento profissional.



MAURICIO CAPOVILA, Diretor de BEBEL: A GAROTA PROPAGANDA, meu primeiro papel titulo, e também filme que me deu o meu primeiro prêmio de melhor atriz, no festival de BRASILIA. Com ele, aprendi um pouco de Política, Literatura e outra a coisas que enriqueceram meu conhecimento. Ele me cercou de um grande elenco de estrelas super talentosas e generosos em compartilhar suas experiências e me apoiando nos momentos de dúvida.

ANSELMO DUARTE era a grande personalidade daquele momento. Ganhador da Palma de Ouro e consagrado Internacionalmente, teve um teste na casa do ROBERTO MARINHO no Alto da Boa Vista para a escolha da garota que, ao lado do TARCISIO MEIRA E JECE VALADÃO, iria estrelar o filme produzido pela COLUMBIA PICTURES e realizado no Brasil na super produção QUELE DO PAJEÚ. Entre tantas concorrentes, eu fui a escolhida no filme que Jece faria o bandido.



WALTER HUGO KOURY, o diretor das BELAS MULHERES, mas não só isso, amava o belo acima de tudo ( isto pode ser notado em todos os seu filmes ), um diretor de grande sensibilidade. Fiz dois filmes com ele inclusive PALÁCIO DOS ANJOS, com o qual fui para CANNES e disputei a Palma de Ouro com grandes estrelas do mundo.

Foi meu grande momento quando desci as escadas de mármore de Carrara Branco com tapete vermelho no meio, com um vestido deslumbrante ( branco ) apoiada pelo braço do Walter em um elegante terno e o saguão do HOTEL MARTINES, que estava repleto de estrelas e cheio de fotógrafos, só tinha uma estrela: ROSSANA GHESSA."

TEXTO 2 - NA INDIA FUI RECEBIDA COMO UMA RAINHA



Não parei mais. Fazia um filme após outro e veio o convite para fazer um teste na casa do ROBERTO MARINHO no alto da Boa Vista para uma produção da COLUMBIA PICTURE que seria filmada no Brasil, e no meio de tanta moças eu fui a escolhida. O filme era QUELÉ DO PAJEÚ, único filme Brasileiro rodado em 70 mm, por causa de uma briga da Columbia com os produtores brasileiros. Hoje, não resta nada do filme no Brasil além de fotos e talvez um cartaz, pois a Columbia levou todos os negativos.


Com QUELÉ DO PAJEÚ, fui para o festival de NOVA DELHI na INDIA. Fui recepcionada como uma rainha por se a única convidada de um país distante. O medo de um sequestro era evidente por causa do aparato para me receber. Além de 2 guardas na porta do meu quarto 24h, tinham 2 seguranças, 1 fotógrafos, 1 secretário e mais um motorista numa linda Mercedes preta com a bandeira do Brasil de um lado e a Indiana do outro, ficavam na minha cola o tempo todo, só me largando quando ia dormir, foi uma viagem de sonhos, para contar os detalhes precisaria de um livro, mas infelizmente tive que voltar correndo por causa das filmagens de MEMÓRIAS DE UM GIGOLÔ.

Nessa época. além da TV, teatro e shows noturnos, eu fazia um filme atrás do outro. Ao todo 58 filmes foram rodados até hoje e tem alguns que merecem destaque especial...

TEXTO 1 – VAMOS BRINCAR?



"Queridos amigos e amigas,


Fui convidada pela revista FOCUSLIFE, através do Diretor ADRIANO CHANNE, para contar um pouco da minha trajetória artística para essa bela revista virtual. Senti-me honrada é ao mesmo tempo desafiada, afinal não sou escritora, mas como não vou escrever um romance, acredito que talvez consiga.

Sou atriz, Italiana, nascida em uma linda ilha no meio do Mediterrâneo chamada Sardegna. eu vim migrada para o Brasil com toda a família, em 1954, muito criança e fomos morar no interior de São Paulo, em uma fazenda enorme. Lembro-me de ver as outras crianças brincando e me chamando: - Vamos brincar? Diziam elas, e esta foi a primeira coisa que aprendi a falar em português no Brasil.

Essa frase passou a ser a chave da minha vida, no bom sentido, o de levar a vida com alegria, amor, solidariedade e tudo mais o que nos torna pessoas menos egoístas e com amor ao próximo.

Depois, nos mudamos, ainda no interior de SP, para uma cidade chamada Jundiaí e foi onde comecei a estudar Ballet clássico, sapateado e fui aprender, também, a dança espanhola. Eu tocava castanholas e era comum reunir a galera para dar espetáculo. Comecei a fazer teatro amador, escondido do meu pai, que quando descobriu!!... Ele era um homem bastante severo, mas, ao mesmo tempo, doce e amoroso. Uma coisa é certa: tudo o que sou hoje se deve a educação que recebi.

Mas continuando, aos 14 anos, mudamos para o Rio de Janeiro e fomos morar em Jacarepaguá, na rua Barão, onde rapidamente fiz amigos e continuava a dançar, cantar e sempre inventava modos de promover apresentações até que surgiu a ideia da turma de se inscrever no concurso de quadrilhas da roça no Maracanãzinho. Criamos um grupo de 80 casais e fomos tricampeões. Em consequência, fui convidada para me candidatar a Miss Objetiva e comecei a aparecer nos jornais, passando a ser a candidata mais forte. Mas, alguém fez uma denúncia para os organizadores: o concurso era Internacional e sendo eu italiana, não poderia concorrer pelo Brasil.

Mas para infortúnio da denunciante, o tiro saiu pela culatra: desfilei hors-concour e isto me rendeu todas as manchetes além de uma reportagem na revista FATOS e FOTOS de 3 páginas. Em seguida, fui contratada como modelo pela agência Macanerikson com 1 ano de exclusividade para fazer as grandes campanhas publicitárias tais como: Coca-cola, Vulcam, Souza cruz, Kolinos e outras que nem me lembro. Eu também apresentei o programa infantil de TV “Agarre o que puder”.

Tudo começou a acontecer ao mesmo tempo. Veio o primeiro convite para cinema em uma produção americana estrelada por JANE MANFIELD. A minha participação era pequena. Eu tinha que dançar nua atrás de um biombo, de modo que só se via a minha silhueta...




Rossana Ghessa