Em outra ocasião,
ANTONY STEFFEM perturbou tanto o
diretor “ ADNOR PITANGA” que
quase o levou a loucura, a
historia era de
suspense, em que varias
alunas da professora
Lucia (minha personagem) apareciam
mortas inexplicavelmente, e a
policia estava tendo
dificuldades para esclarecer
os assassinato, visto
que era uma
cidadezinha interiorana e
pacata onde nada acontecia, a
única criatura estranha
na cidade era
o personagem dele,
mas por se
tratar do homem
mais rico da cidade
mesmo sendo excêntrico e esquisito
o mantinham fora de suspeita.
Mas sendo ele uma estrela internacional, certamente se achou
no direito de ditar as regras e então fazendo a cabeça do diretor tentava mudar
o roteiro ao seu favor, tinha uma cena noturna que a professora depois de
encontrar mais uma de suas alunas morta
em sua banheira, apavorada tenta
ligar para a policia mas não da tempo
porque percebe que o assassino ainda se
encontra em seu
quarto, reconhecendo o noivo, sai
correndo e consegue sair tendo que atravessar o jardim, num dado momento para
em baixo de uma arvore tentando se esconder, mas percebe que tem que continuar
a correr para salvar a própria vida.
Está seria a cena a ser rodada, mas ai o diretor vira pra
mim e diz: Rossana quando você parar em baixo da arvore um braço
inerte vai bater na tua cabeça e vai
escorrer sangue sujando o teu ombro e braço. Como assim?
Perguntei... - É que em cima da arvore tem mais um corpo de outra morta... - Mas isto não está no roteiro, e
não tem porque esta garota ter sido morta
pelo psicopata, se nem aluna da professora era, ele só mata as meninas de ciúmes da noiva.
A justificativa que ambos tentaram me convencer foi que no
filme (A ERA DO FOGO) tinha uma cena onde tinham corpos pendurados nas arvores
e dava um efeito legal. Para convencer o Adnor (diretor do filme), que não podia
fazer isso foi uma briga desgastante e cansativa. Argumentei que eu não queria
nada que não estivesse no roteiro, ou ele estaria demitido.
Em outra ocasião foi o maquiador que veio fazer queixa da “baronesa”...
- Mas quem é a baronesa? - É o Antony, respondeu o maquiador. - Eu acabo a
maquiagem e ele vai escondido no banheiro e passa lápis preto nos olhos e rímel,
fui chamar atenção e me deu uma tremenda de uma bronca, querendo me convencer
que eu estava enganado, que era tudo natural, vai comprometer a minha maquiagem
e ridicularizar o personagem.
Tive que fazer um verdadeiro trabalho diplomático para não
ofender a dignidade do ator e convence-lo a suavizar a maquiagem, pois
realmente estava exagerada fora de contexto.
Este relato é mais para tentar ilustrar que não adianta ser
estrela internacional ou nacional se não se respeita os colegas de profissão,
numa filmagem e necessário uma equipe, e esta equipe tem que trabalhar em
harmonia um respeitando o outro e se ajudando quando possível, e não sabotando
o outro, é muito cansativo atuar e produzir ao mesmo tempo, só com muito amor a
arte, isto sempre tive e tenho de sobra, e mais uma vez consegui terminar um
filme, que depois de pronto e como um filho que nasce.
Quero terminar este meu relato homenageando ANTONY STEFFEN
que apesar dos seus medos e esquisitices foi perfeito para o seu personagem, em
memoria o meu muito obrigada.
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